dinos

 

 

 

Os dinossauros eram criaturas únicas. Tanto que alguns cientistas especializados em cladística os consideram como uma classe à parte, intermediária entre os répteis e aves. Como os répteis possuíam pele escamosa, punham ovos com casca, tinham caudas longas e fortes e dentes homogêneos. Diferentes dos outros sáurios, porém, cujas patas estão posicionadas nas laterais do corpo, suas patas eram posicionadas logo abaixo do tronco, tal como as aves e os mamíferos. Também como as aves e mamíferos seu metabolismo de alguma maneira podia manter-se mais ou menos constante, sem depender da temperatura do meio externo. Acredita-se que os dinossauros evoluíram a partir de répteis arcossauros conhecidos como tecodontes

 

T.Rex predador ou carniceiro

 

 

Quando foi descoberto o T.rex espantou os especialistas da época. Seu tamanho avantajado, suas mandíbulas gigantescas e seus dentes como punhais faziam  desse animal uma visão impressionante. A primeira imagem que passou para os paleontólogos foi a de um animal poderoso, feroz e implacável, capaz de matar qualquer coisa viva que cruzasse seu caminho. 

O problema é que a ciência não pode deixar-se levar por impressões. Até então não havia nenhuma prova científica conclusiva que comprovasse que o tiranossauro era um predador. Ainda sim a imagem do vilão pré-histórico perdurou por décadas.

Filmes, desenhos, em todos os lugares os tiranossauros eram ferozes e cruéis dinossauros sempre prontos a liquidar uma vítima indefesa.

Mas havia um homem que começava a duvidar dessa imagem. Um paleontólogo norte-americano que começou a questionar a imagem de "bad-boy" do tiranossauro. Esse homem era Jack Horner.

Horner já ficara famoso dentro da Paleontologia graças a suas descobertas e seus estudos dos ninhos e do comportamento maternal do Maiasaura, um dinossauro bico-de-pato do final do Cretáceo. Mas agora ele pretendia ir à fundo no caso do tiranossauro. Horner não acreditava em impressões e decidiu fazer ciência de verdade, procurando provas reais e não simplesmente aceitando uma idéia imposta pela aparência. 

Depois de algum tempo de pesquisa Horner trouxe uma nova idéia que chocou a comunidade científica: ele acreditava ter encontrado provas de que o tiranossauro não era um predador, mas um necrófago, um carniceiro, tal como abutres e urubus, só que bem maior. 

A maioria dos especialistas rejeita suas idéias. Para comprovarem a teoria do tiranossauro como predador eles também começaram uma verdadeira corrida para encontrar provas que contrariem as de Horner. 

Hoje existe um grande debate, onde os dois lados apresentam idéias bem fortes, o que equilibra o jogo. A seguir tentarei resumir alguns dos pontos nos quais Horner baseia suas idéias e, logo ao lado, as provas que podem não validar os mesmos:

 

Sobre os membros dianteiros...

O que Horner diz:

O tiranossauro tinha braços muito curtos e fracos, incapazes até mesmo de se tocarem um ao outro. Eram praticamente inúteis. Sem ter braços fortes o tiranossauro seria incapaz de apanhar uma presa ou segurá-la durante uma luta. Sem poder segurar o tiranossauro seria incapaz de caçar. 

O que dizem seus opositores:

O tiranossauro realmente tinha braços bem pequenos que, provavelmente, eram vestígios quase inúteis. Mas mesmo que não pudesse agarrar com eles o tiranossauro poderia usar suas mandíbulas poderosas. Estudos demonstraram que o tiranossauro tinha uma mandíbula 3 vezes mais potente que a dos grandes crocodilos e tubarões-brancos. Além disso seus dentes eram especialmente desenhados para segurar firme. O pescoço curto e robusto era também útil para resistir à grandes pressões.  Tendo uma cabeça e um pescoço preparados para resistir ao estresse de uma presa em luta o tiranossauro não precisaria de seus braços. Hoje podemos observar essa situação em aves de rapina e crocodilos.

 

 

Há ainda ovos de prováveis ceratopsianos (dinos com chifres), pegadas de iguanodontídeos e outros ornitópodes, estegossaurídeos bastante grandes, além de dentes de enormes carnossauros, como o Abelisaurus.

 

Com certeza esse era o paraíso dos saurópodes do grupo dos titanossaurídeos. Centenas de ossos dessas criaturas enormes foram encontrados em várias partes do Brasil. Duas espécies já foram descritas: o Antarctosaurus e o Gondwanatitan (abaixo, respectivamente).

Além deles ainda foram encontrados representantes do grupo dos espinossaurídeos (abaixo), dinossauros carnívoros grandes com cabeça de crocodilo e provavelmente especializados em apanhar peixes. Também possuem 2 gêneros descritos: o Angaturama e o Irritator  (atualmente são considerados que possam ser da mesma espécie ou até o mesmo espécimen).

Entre os dinossauros primitivos existem ocorrências de sauropodomorfos como o Saturnalia de 1,5 m de comprimento e pequenos carnívoros como o Staurikosaurus (abaixo) e o Guaibasaurus.

Recentemente foi adicionado a nossa coleção mais um interessante animal, o Santanaraptor (abaixo). Esse novo dinossauro carnívoro de 1,5 m de comprimento representa uma nova peça no quebra-cabeças do mundo pré-histórico. Viveu no Ceará há cerca de 110 milhões de anos e parece ter pertencido à mesma linhagem que deu origem ao majestoso Tyrannosaurus da América do Norte. Não só foram encontrados fósseis de ossos como também de tecidos "moles" como vasos sangüíneos, pele e fibras musculares, fato raro na Paleontologia. Com base em toda essa informação os especialista puderam traçar um perfil bastante próximo da aparência real dessa criatura. Acredita-se que os fósseis encontrados pertenciam a um animal jovem. Supõe-se que quando adulto o Santanaraptor poderia chegar a 2,5 m de comprimento.

Não está descartada a hipótese de que os dinossauros descobertos na Argentina também tivessem habitado nossa região, tal como ocorreu com o Abelisaurus , descrito tanto aqui como lá. Só porque ainda não foram encontrados não significa que não viveram aqui também. Sendo animais migratórios e estando as duas regiões tão próximas e aparentemente sem barreiras é possível que grandes herbívoros como o Argentinosaurus, o Amargasaurus (abaixo, respectivamente ) e o Saltasaurus,

seguidos pelos carnívoros Giganothosaurus, Megaraptor (abaixo, respectivamente ) e Carnotaurus podem ter passado parte de suas vidas em solo brasileiro.

Só o tempo e as novas expedições de pesquisa dirão se essa afirmação está correta. . .

O Brasil ainda é conhecido como um dos mais importantes sítios de fósseis de pterossauros. A região da Chapada do Araripe na Era Mesozóica foi um importante ponto de encontro para pterossauros de diversos tipos e tamanhos.

Entre os mais impressionantes pterossauros aqui encontrados encontram-se: Tupuxuara, Tapejara (abaixo), Tropeognathus e o Anhanguera.

Alguns fósseis estudados mais recentemente de Anhanguera, sugerem que ele pode ter sido o maior pterossauro já encontrado (abaixo), desbancando o Quetzalcoatlus da América do Norte. Supõe-se que sua envergadura pudesse atingir cerca de 13 m.

 

 

 

 

dinossalro aves

 

O Unenlagia da Patagônia (abaixo) por exemplo, possuía uma estrutura totalmente nova dos braços, que literalmente lhe permitia "bater as asas". Apesar dessa criatura não voar acredita-se que quando corria em alta velocidade para apanhar pequenas presas ele deveria balançar os braços de cima para baixo, da mesma maneira que os pássaros fazem quando voam. Esse movimento, que inicialmente servia para dar estabilidade e equilíbrio ao animal pode ter originado o bater de asas nos pássaros.

Existe ainda o Rahonavis (abaixo) uma ave primitiva que podia voar ( claro que não com muita elegância) mas que possuía nas patas traseiras garras curvas idênticas aos dinossauros do tipo raptor, como o Velociraptor.

Mas se essa teoria é a correta, então como se deu o processo de evolução das aves?

Em primeiro lugar devemos levar em conta uma característica muito importante e atualmente exclusiva das aves: as penas. Sabemos que as penas nada mais são que escamas modificadas. A questão é: será que elas apareceram só nas aves ou seus possíveis ancestrais, os dinossauros, já as possuíam? As últimas descobertas provam que alguns dinossauros já tinham penas cobrindo seus corpos. O fóssil de Sinosauropteryx um pequeno dinossauro semelhante ao Compsognathus, tinha desde a nuca até a ponta da cauda uma fileira de penugem, semelhante em estrutura à dos pintinhos e patinhos.

Outros fósseis de dinossauros como o Mononychus (abaixo) e o Unenlagia também foram encontrados com impressões de penas fossilizadas. Até os raptores possuíam penas.

Sabemos que os dinossauros ancestrais das aves tinham penas. Mas por que elas apareceram?

Nas aves de hoje as penas podem ter basicamente 3 funções: exibição, isolamento térmico e vôo. Com certeza elas apareceram nos dinossauros devido à uma dessas utilidades. Mas qual?

Com certeza inicialmente elas não tinham nada a ver com o vôo, pois essa capacidade ainda não era dominada pelos dinossauros, nem pelas primeiras aves e é mais provável que tenha aparecido por último. Prova disso é a estrutura das penas fossilizadas encontradas.

                                   

            

Se observarmos as penas de um pássaro perceberemos que elas possuem um eixo principal de onde partem duas faixas de filamentos finos. As penas de vôo, como as das asas, por exemplo, são assimétricas, ou seja uma faixa de filamentos é mais grossa que a outra.

Já em penas de simples cobertura pode-se observar uma simetria, ou seja, as duas faixas sobre o eixo são iguais em espessura. Nos dinossauros as penas encontradas são simétricas, portanto impróprias para o vôo.

Também descarta-se o isolamento térmico, pois para que as penas cumprissem bem essa função era necessário que cobrissem praticamente todo o corpo dos dinossauros. Sabemos pelas descobertas que não era esse o caso. Na verdade elas normalmente formavam tufos ou cristas no alto da cabeça, na parte externa dos braços, no alto do dorso e às vezes na ponta da cauda.

Essa disposição leva os cientistas a crer que inicialmente os pequenos terópodes desenvolveram penas para exibição, seja em disputas territoriais, reconhecimento social ou em rituais de acasalamento, onde talvez os machos atraíssem parceiras com complexas danças e demonstrações de suas plumagens exuberantes.

Como tempo, os dinossauros já bem próximos das aves podem ter finalmente desenvolvido o mecanismo de vôo.

Alguns acreditam que pequenos dinossauros arborícolas desenvolveram o vôo ao saltarem dos altos galhos das árvores. Inicialmente eles apenas planavam. Com o tempo aprenderam a bater as asas para voar verdadeiramente.

Há quem acredite, porém, que os dinossauros aprenderam a voar a partir do solo mesmo. Os carnívoros corredores como o Unenlagia batiam os braços para equilibrar-se e ter estabilidade. Com o tempo aprenderam a dar saltos para alcançar mais rápido as presas. Mais adiante teriam aumentado a distância dos saltos usando suas asas para planarem. A partir daí o próximo passo seria o vôo propriamente dito.

Pensar nessa teoria é muito interessante pois se ela estiver realmente certa então os dinossauros podem nunca ter se extinguido da Terra. Eles ainda podem estar entre nós...

Quando olhar para um pomba ou pardal na rua, ou até mesmo para o periquito, papagaio ou canário que tiver em sua casa, pare e pense nisso... Você pode estar olhando para o último remanescente de um mundo há muito esquecido...

 

 

Triceratops

 

Já os chasmossaurídeos, como o Torosaurus e o Triceratops (abaixo) tinham gorjeias longas, seus cornos orbitais também eram longos mas seu corno nasal era bem curto. 

Há muito se discutia a real função de tais estruturas. Observando superficialmente é fácil imaginá-las como poderosas armas de ataque e defesa, especialmente se levarmos em conta que tais criaturas conviveram com poderosos carnívoros como os tiranossauros.

Mas nem tudo o que parece é. 

Com relação aos cornos, apesar da aparência poderosa, estudos recentes demonstraram que eles na verdade eram bastante frágeis, podendo quebrar-se com facilidade. Infelizmente se isso ocorresse não haveria regeneração.

No caso do corno nasal de alguns centrossaurídeos, é provável que fossem usados mais para intimidação do que propriamente para ataque. Já os cornos orbitais dos chasmossaurídeos podem ainda ter sido usados para combates entre machos pela controle de um grupo ou posse da fêmeas.

Examinando os cornos de diversos Triceratops percebeu-se que haviam diferenças entre machos e fêmeas. Nas fêmeas eram mais curtos, curvados para frente e um pouco mias frágeis. Mas nos machos, eram longos e fortes, e curvados para frente e logo na ponta, para cima, o que é perfeito para combater sem arriscar tanto ferir seriamente o adversário. É provável que as lutas fossem um último recurso. Acredita-se que primeiramente os machos realizassem rituais de exibição. 

Se nenhum deles cedesse, aí sim havia combate. É também provável que as lutas fossem rápidas e dificilmente haviam grandes ferimentos ou morte. Em geral o perdedor tinha ferido apenas seu orgulho.

Com relação às gorjeias, durante muito tempo cogitou-se que sua principal utilidade seria a de defender o frágil pescoço desses animais contra a mordida de predadores. Isso parece lógico, especialmente se observarmos o Triceratops, cuja gorjeia era sólida. Mas todos os outros ceratopsianos tinham grandes buracos nas gorjeias, provavelmente para torná-las mais leves. Esses buracos, quando os animais eram vivos preenchiam-se com pele e vasos sanguíneos. Um predador poderia facilmente causar danos sérios. O mais provável é que elas servissem apenas para intimidação. Alguns paleontólogos imaginam que os ceratopsianos e suas gorjeias eram ricamente coloridos, o que tornaria a intimidação ainda mais eficaz. Para incrementar ainda mais algumas espécies tinham longos calombos nas gorjeias, que os faziam parecer maiores e mais ferozes.

É provável que, quando ameaçados, os ceratopsianos, que viviam em rebanhos, formassem um círculo, com as cabeças para o lado de fora. Abaixando os focinhos e deixando a gorjeia e os cornos bem à mostra eles poderiam sacudir as cabeças dando um efeito tenebroso. Até os maiores predadores pensariam duas vezes antes de atacar.  O colorido das gorjeias também poderiam ser usados para atrair fêmeas e intimidar rivais.

 

 

 

 

Carnotaurus e o Ceratosaurus

 

Carnotaurus e o Ceratosaurus (abaixo) possuíam  pequenos cornos no alto da cabeça. Inicialmente acreditou-se que poderiam ser usados para matar suas presas. Hoje porém acredita-se que pode ter tido função semelhante às dos carnívoros citados anteriormente.

Até mesmo dinossauros famosos como Allosaurus, Spinosaurus e Baryonyx tinham pequenas elevações no alto da cabeça, que podem ter sido apenas para ostentação.

Entre os pequenos terópodes, como o Oviraptor, a crista  estava presente apenas nos machos. As fêmeas apenas apresentavam um pequeno calombo na ponta do bico. Nessa espécie a crista é um forte indicador de dimorfismo sexual.

Entre os vegetarianos destacam-se as cristas exóticas dos hadrossauros, ou dinossauros de bico-de-pato. Animais como o Parasaurolophus tinham longas cristas tubulares, ocas por dentro. Acredita-se que funcionavam como câmaras de ressonância, que amplificavam os sons emitidos por esses animais. Reconstruções em laboratório e programas de computador levaram os cientistas a conhecer o provável som emitido por esses animais. Semelhante a uma trombeta, diferia entre machos e fêmeas. Os machos, de cristas longas e quase retas emitiam sons muito altos e mais agudos, enquanto que as fêmeas, de cristas curtas e curvadas, emitiam sons baixos e graves.

Outras espécies de hadrossauros, com cristas de diferentes formatos provavelmente emitiam sons diversos. Alguns acreditam que essas diferenças eram cruciais para esses animais, uma vez que diferentes espécies conviviam juntas. Emitir sons diferentes evitaria confusão de comunicação entre membros de espécies diferentes. Esse provavelmente era o caso dos Corythosaurus e Lambeosaurus.

Outros hadrossauros não tinham cristas. No lugar delas desenvolveram focinhos com bolsas elásticas que desempenhavam função equivalente à de seus primos com crista.

Outro grupo que é sempre lembrado pelo formato de seu crânio é o dos paquicefalossauros. Acredita-se que esses dinos tenham aparecido pela primeira vez na Ásia há cerca de 95 milhões de anos. Os membros desse grupo são caracterizados por um crânio extremamente espesso, cuja função ainda intriga os especialistas. A maioria acredita que a função primordial desse "capacete" estava ligado à rituais de acasalamento e disputas por liderança. 

Imagina-se  que a espessura do crânio de tais herbívoros bípedes seria útil para proteger o cérebro desses animais durante ferozes batalhas de bater cabeças. Estudos em crânios de diversos indivíduos de Stegoceras mostraram que os machos realmente possuíam crânios mais espessos, o que serviria de forte indício para confirmar essa idéia. Como carneiros selvagens atuais, os machos deveriam bater ferozmente seus crânios até que um dos adversários desistisse. O vencedor ganhava o grupo e as fêmeas. 

Costuma-se dividir os paqui em dois grandes grupos: os homalocéfalos e os paquicéfalossaurídeos. Os primeiros tinham crânios menos espessos e mais achatados, o que sugere que os combates deveriam ser do tipo "empurra-empurra". Já os últimos tinham crânios muito espessos e arredondados, o que para muitos significa combates do tipo "bate-cabeça".

Mas alguns paleontólogos mais recentemente têm rejeitado a teoria do combate cabeça contra cabeça. Eles afirmam que apesar de espesso, o formato arredondado faria com que o ponto de contato fosse pequeno, o que permitira erros de golpe e possíveis lesões graves. Eles acham que não seria interessante para esses animais serem feridos o tempo todo. Sendo assim  eles propõem idéias alternativas, como por exemplo, golpes de cabeça contra as laterais do corpo, o que provocaria mais um leve desconforto do que propriamente uma lesão séria.

Alguns ainda propõem que na verdade os  paqui usavam suas caudas para o combate, chicoteando os adversários. 

Uma linha mais recente defende a idéia de que os crânios na verdade não eram usados para luta, mas apenas para exibição. Os defensores dessa idéia apontam a existência de grandes calombos ósseos nas laterais do crânio (em algumas espécies, como o Stygimoloch abaixo, esses calombos são enormes) que serviriam para deixar a aparência do animal ainda mais imponente e feroz.

Parentes dos paqui são os ceratopsianos. Os paleontólogos consideram estes como os dinossauros com os crânios mais impressionantes.

Suas cabeças, além da gorjeia óssea, eram ornamentadas com impressionantes cornos. Tanto os cornos como as gorjeias variavam em forma e tamanho de acordo com a espécie. 

Entre os ceratopsianos mais desenvolvidos encontram-se 2 grandes grupos: os centrossaurídeos e os chasmossaurídeos.

 

 

Um exemplo disso são os famosos Triceratops. Muitos acreditavam que esses pesados herbívoros eram acinzentados ou mesmo amarronzados . Tais animais, em sua concepção, não precisavam de camuflagem para esconder-se de predadores, já que seus cornos e sua gorjeia intimidariam até o maior dos tiranossauros. Mas talvez eles fossem bem coloridos, não para camuflar-se, mas para se mostrar. É possível que suas cores vivas não só intimidassem inimigos mas atraíssem parceiras para o acasalamento .

Outros ceratopsianos, como o Styracosaurus (abaixo), podem ter usado cores fortes para, juntamente com seus espigões na gorjeia e seu enorme corno nasal, assustar os grandes predadores, como o Albertosaurus e o Daspletosaurus.

O mesmo pode ter ocorrido em animais de placas ósseas, como o Stegosaurus  e os de barbatana, como o Amargasaurus . Nessas espécies, as placas e as barbatanas poderiam adquirir cores mais fortes na época do acasalamento, sinalizando a outros de sua espécie que o animal estava pronto para o namoro.

Na natureza cores vivas podem ainda ter um outro significado: perigo. Muitos animais associam cores chamativas a criaturas perigosas. É bem possível que muitos dinos, mesmo que não fossem perigosos de verdade, pudessem ter cores berrantes, imitando a padronagem de espécies temidas para enganar os inimigos. Um caso clássico de mimetismo cromático.

Algumas espécies, como as atuais zebras e girafas, apresentam uma estranha padronagem de listras e manchas cuja principal função é confundir o predador. Quando um bando de zebras está correndo, é quase impossível distinguir os animais individualmente, pois sua coloração causa uma ilusão óptica que confunde os leões. Dinossauros como os ornitomimossauros ou mesmo os grandes terizinossauros  podem ter desenvolvido cores semelhantes para obter o mesmo efeito.

Entre as espécies emplumadas (abaixo) as cores provavelmente desempenhavam mais a função de atrativos sexuais durante os rituais de corte, na época de acasalamento.

 

Entre os saurópodes, talvez o mundo fosse mais discreto. Grandes demais para serem atacados, os saurópodes adultos provavelmente não dependiam tanto de camuflagem ou intimidação. Mas alguns acreditam que os filhotes apresentassem cores que os ajudassem a se camuflar nos primeiros anos de vida, quando os adultos os abandonavam na floresta até que tivessem idade suficiente para conseguir acompanhar o ritmo de uma manada. É possível também que os adultos, em época de acasalamento adquirissem cores mais vivas no pescoço e cauda, para impressionar companheiros.

Os hadrossauros e iguanodontes eram grandes herbívoros de até 5 toneladas que serviam de presas para inúmeros carnívoros. Na maior parte do tempo seu hábitat era composto de florestas mais fechadas e bosques. Para esses animais a camuflagem era o melhor caminho. Qualquer cor que os escondesse dos inimigos era útil. 

No caso das espécies que viviam em áreas mais abertas, a hipótese do mimetismo cromático com intuito de enganar os inimigos, fazendo-os pensar que eram animais perigosos, pode ter sido também usada.

 

Entre os carnívoros, a camuflagem era mais importante que qualquer outra coisa. Para garantir uma boa caçada, mesmo os mais ágeis predadores, como os raptores precisavam de uma padronagem que os tornassem imperceptíveis em seu meio. Assim os carnívoros em geral podem ter tido padrões listrados e pintados, como atuais tigres e leopardos (abaixo).

 

 Podem também ter apresentado cores escuras, como preto ou diversos tons de verde para confundir-se em áreas de mata mais escura.

Acredita-se que carnívoros maiores, como Tyrannosaurus, Giganotosaurus ou mesmo Spinosaurus, poderiam, além de caçar, roubar presas de predadores menores.

Nesses casos o tamanho e a aparência podem ser importantes. Se observarmos nos dias de hoje, vemos que os leões machos, muito conhecidos por esse tipo de comportamento, apresentam jubas espessas e um rugido assustador. Essas características fazem dele um animal muito impressionante, mesmo para os de sua própria espécie. Tanto é verdade que, mesmo sendo em geral as fêmeas que apanham o alimento, o macho, com toda a sua presença, afasta-as do prêmio e come primeiro.

Nesse jogo de intimidação as cores também podem ser importantes. Imagine um enorme Tyrannosaurus escuro, com uma cabeça vermelha como sangue (abaixo), ou um Spinosaurus, com sua barbatana toda colorida. Deve ter sido uma visão impressionante. Se um predador menor fosse surpreendido se alimentando por um desses gigantes, com certeza fugiria bem rápido, deixando sua refeição para ser saboreada por eles.

É bem provável que nunca saibamos qual era a cor real de um dinossauro. Mas com as análises sérias dos cientistas, podemos ao menos ter uma idéia desse mundo selvagem e, por que não, colorido, onde os dinossauros reinavam absolutos.